quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Espairecer

espairecer

rv. tr. e int.,

distrair;
recrear;
divertir;
entreter-se;
passear.






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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Abaixo a hipocrisia!

Você, que enche a boca pra reclamar dos problemas do nosso país, que adora criticar o sistema capitalista e todos os porcos que nos tiram dinheiro diariamente. Você que acredita que o mundo seria melhor sem violência, hipocrisia e preconceito. Estampe o seu rosto numa camiseta qualquer lutando por seu ideal de igualdade. Lute por seus direitos. Pague milhares de advogados para ressarcir seus bolsos por algo que um parente próximo sofreu no passado. Encha os seus pulmões para falar de como foi difícil a época da Ditadura Militar e sua censura. Em seguida, diga-se contra a política de cotas para negros.
Por que você não se indigna por pessoas estarem recebendo milhões de reais hoje, por terem passado pelo DOI-CODI? Por que acha justo que pessoas sejam ressarcidas por terem sofrido censura e sido presas por algum tempo no passado? Por que acredita que as pessoas que tiveram bens perdidos em época de guerra merecem receber tudo o que lhes foi tirado de volta e, como se fossem cegos idiotas, negam o fato de que foram os negros que tiveram o direito de viver dignamente, retirado por mãos de homens que nada tinham de mais especial?
Foram eles que resistiram a todo e qualquer tipo de intempérie, que levaram chibatadas nas costas simplesmente por terem nascido de cor diferente, que hoje têm a vida rebaixada a míseros casebres de vilas sujas, esquecidas por Deus, porque lhes foi retirado o direito de crescer. Foram eles que, dignamente, cuidaram dos seus antepassados com carinho, preparando-lhes o chá quente e a pantufa aquecida nos pés. São eles que, hoje, sem nenhuma vergonha, saem às ruas pedindo apenas que não lhe olhem com indiferença.
E você, rica criança defensora dos oprimidos, fecha os olhos para tudo isso e, como se não bastasse, cria uma fantasia feliz na sua cabeça: “A política de cotas só rebaixa ainda mais a capacidade deles”. Há há há. O discutido aqui não é a capacidade deles que, diga-se de passagem, vai muito além da sua. O fato é que tudo o que o negro vive hoje, séculos depois, é decorrente do que viveram lá atrás.
Merecem. Merecem muito mais do que uma chance de mostrarem-se dignos de estudarem numa boa Universidade, mesmo que sem ter condições para isso. Mereceriam centenas de vezes mais do que um olhar de igualdade.
Aprenda que a vida não se vale apenas de dinheiro, mas de reconhecimento. Somente quando reconhecerem o que foi feito e sentirem no coração a culpa e a compaixão poderão dizer-se homens de verdade.





Ma Prem Padmini

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Amor Por Entre o Verde

“... E se prosseguirem se amando, pergunto-me em vão, será que um dia se casarão e serão felizes? Quando, satisfeita a sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão um para o outro e se darão um grande abraço de ternura? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou inteligente do que ele a tinha imaginado?
É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado... Perco-me, por um momento, na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que freqüentemente aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto, passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos por um instante e não se reconheceram...”


Vinícius de Moraes