domingo, 5 de abril de 2009

Pílula ou injeção anticoncepcional?
Avaliação médica é fundamental para a escolha

Milena Lima Ribeiro

Atualmente, os métodos anticoncepcionais abrangem um variado leque de alternativas: algumas muito seguras outras com menor intensidade de proteção, mas todas com alguma desvantagem. Destinados principalmente para evitar a gravidez, também podem ser recomendados em casos de endometriose, ovários policísticos, tensão pré-menstrual e cólica menstrual. O uso de pílulas anticoncepcionais atinge hoje o maior número de usos no mundo. São consideradas um método contraceptivo muito eficaz e o mais efetivo deles dentre as medidas medicamentosas.

Existe também o método de injeção anticoncepcional. São intramusculares, tomadas a cada um ou três meses - dependendo do tipo da injeção - e utilizadas naquelas pacientes que não conseguem se lembrar de usar a pílula diariamente ou têm intolerância gastrointestinal aos hormônios. Sua composição faz com que a mulher não ovule e, dessa forma, impede a gravidez. As vantagens e desvantagens desse são as mesmas da pílula anticoncepcional. Já para os trimestrais existe a vantagem de ser aplicada a cada três meses, mas há possibilidade de provocar ausência de menstruação e a fertilidade demorar um pouco para voltar. Além disso, em certas mulheres, pode ocorrer o aumento de apetite ou retenção de líquido que pode causar aumento de peso, assim como no uso da pílula.

Até o momento, foram poucos os estudos que avaliaram as taxas de descontinuação entre usuárias de anticoncepcionais injetáveis mensais. Estudo desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) obteve uma taxa de descontinuação ocorrida após uma média de 12 meses de uso, causada principalmente por alterações do ciclo menstrual ou pela ausência de menstruação.

Para Nicoli Briganti, 21, o uso da injeção nunca trouxe nenhum problema. “Muito pelo contrário, meu corpo se adaptou perfeitamente”, afirma. Nicoli usa o método há três anos e, a princípio, tomou essa decisão somente pelo fato de poder usar sem que a mãe soubesse. Na época, consultou somente uma ginecologista do convênio de onde trabalhava e diz que não foi realizado nenhum exame para saber se ela realmente podia usar esse tipo de método. Em um segundo momento, consultou um médico conhecido da família, que realizou diversos exames e constatou que ela possuía uma predisposição que faz com que ela só possa usar os métodos de injeção ou adesivo. “Eu tenho uma coagulação muito alta e isso me predispõe à trombose. Então, a injeção e o adesivo são os únicos que têm um tipo de difusão no corpo que não colabora para piorar esse cenário”, conta.

Segundo dados da OMS divulgados no site da organização, pacientes que fumam, têm pressão alta, amamentam um bebê com menos de seis meses, sofrem de problemas sérios no coração ou circulação, câncer de mama, cirrose hepática grave, hepatite aguda ou tumor no fígado não devem tomar esse tipo de injeção.

É de vital importância que a mulher consulte um médico de confiança antes de iniciar o uso de qualquer contraceptivo. Essa orientação deve abranger informações acuradas sobre todos os métodos anticoncepcionais disponíveis, vantagens, desvantagens e predisposições de cada paciente. Uma orientação adequada permite a tomada de decisão baseada em informações corretas que podem evitar um problema sério futuramente.



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