quinta-feira, 25 de junho de 2009
B U R R O S
Primeiramente, quero deixar claro que concordo plenamente com a opinião de alguns ao dizer que o diploma não é o mais importante nessa profissão, até porque MUITA gente tem o dobro de capacidade de praticar o jornalismo que muitos diplomados por aí. Agora, me digam, em qual profissão, atualmente, isso não acontece? Nós, estudantes, fazemos um drama nos referindo à dificuldade de uma faculdade, mas isso é tudo balela. Terminar um curso universitário não é difícil. Repito: NÃO É DIFÍCIL. Difícil é pagar, difícil é conciliar, ter paciência e perseverança. O estudo, em si, muitas vezes é complicado, mas não é impossível para ninguém, desde que esse alguém goste e se esforce no que faz. Chega a ser até prazeroso!
O que acontece é que, em todos os países onde o diploma de jornalismo não é obrigatório, existe um conselho ou alguma maneira de selecionar quem pode e quem não pode gerar conteúdo para os veículos de comunicação. E no Brasil, alguém acha que isso vai acontecer? É óbvio que não.
Tá lá a Fátima Bernardes comunicando no Jornal Nacional que a Globo vai continuar buscando profissionais formados. Vai é o caralho! Ou alguém acredita que não será muito mais fácil pagar uma mixaria para pessoas que simplesmente têm o hábito de escrever e o fazem muito bem (o que não é difícil), mas que não possuem o diploma? Os diplomados têm um teto salarial, os não diplomados aceitam o que vier. Profissionais competentes no mundo, tem de sobra! Não tiro o mérito deles de maneira alguma, mas como ficam aqueles que só se dispuseram a passar quatro anos numa Universidade por buscarem uma melhor colocação no mercado? Eu amo a prática do jornalismo, mas sinceramente, não perderia quatro anos da minha vida cursando algo que não é obrigatório para que eu possa praticar.
Ter um diploma é importante? É óbvio que sim. Mas eu tenho muitas outras opções de cursos onde algum valor é dado para o que seria a minha futura profissão, não banalizando e deixando aqueles que estudaram e se esforçaram tanto, serem comparados a qualquer um que queira divulgar uma informação.
Usar o termo "liberdade de expressão" para essa decisão é de uma ignorância tão grande, que mostra ainda mais como os excelentíssimos magistrados desse país estão cada vez mais despreparados para julgar.
Nesse caso, quero contratar um advogado que não tenha diploma, mas que saiba o que é e o que não é necessário para me defender. Em nome do direito à minha liberdade de escolha.
Ma Prem Padmini.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Você.
- Me sinto tão triste...
- Quem é você?
- Eu sou o João.
- Mas que resposta superficial! João é o nome que lhe deram ao nascer, mas caso não tivessem lhe dado um nome, então você deixaria de existir?
- É claro que não.
- Então vamos tentar novamente. Quem é você?
- Eu sou isso que você e eu estamos vendo, esse corpo.
- Mas se esse corpo é seu, então você é algo que possui a ele. O seu corpo é SEU e não VOCÊ.
- Realmente...
- Então, pelo amor de Deus, me diga quem é você.
- Eu sou a minha mente, então. Aquilo que pensa.
- Como você pode ser a sua mente se ela é SUA? Ela pensa, claro, mas VOCÊ, não.
- Nossa, que loucura!
- Sim, parece loucura, mas você ainda não me respondeu quem é você.
- Eu sou algo que está dentro do corpo.
- Dentro do corpo? Como você pode ser dono do corpo e estar dentro dele ao mesmo tempo? Se você estivesse dentro do corpo, ele é quem seria o seu dono.
- Então eu estou fora do corpo?
- Sim, é óbvio, não é?
- Não era até esse exato momento.
- Esqueça-se do que não era e concentre-se no agora.
- Sim.
- Você sabe que não é o João, nem esse corpo e nem essa mente. Logo, não pode ser essa personalidade que lhe foi ensinada com o tempo, porque essa personalidade é da mente. Se ninguém tivesse ensinado a ela todas essas definições, você deixaria de ser?
- Não.
- Pois é, então agora me diga quem é você.
- Eu sou aquele que possui um nome, um corpo e uma mente.
- Aquele? Aquele o quê?
- Aquele que pode ver que eu tenho isso tudo.
- Aquilo que vê. Hum... Um observador?
- Isso, eu sou o observador.
- Portanto, as coisas que acontecem na sua vida não podem ser sentidas por você?
- É claro que podem! Eu me entristeço, me alegro, sinto fome, sinto frio...
- Ou seja, você acha que o seu corpo não serve para nada? Porque não é ele que te avisa quando está com fome, frio, triste, feliz...
- Não, quero dizer... Sim! É ele quem me avisa.
- Então é ele quem sente e não você.
- ... é...
- Me diga agora quem é que está triste.
- Qualquer coisa, menos eu.
Ma Prem Padmini