- Me sinto tão triste...
- Quem é você?
- Eu sou o João.
- Mas que resposta superficial! João é o nome que lhe deram ao nascer, mas caso não tivessem lhe dado um nome, então você deixaria de existir?
- É claro que não.
- Então vamos tentar novamente. Quem é você?
- Eu sou isso que você e eu estamos vendo, esse corpo.
- Mas se esse corpo é seu, então você é algo que possui a ele. O seu corpo é SEU e não VOCÊ.
- Realmente...
- Então, pelo amor de Deus, me diga quem é você.
- Eu sou a minha mente, então. Aquilo que pensa.
- Como você pode ser a sua mente se ela é SUA? Ela pensa, claro, mas VOCÊ, não.
- Nossa, que loucura!
- Sim, parece loucura, mas você ainda não me respondeu quem é você.
- Eu sou algo que está dentro do corpo.
- Dentro do corpo? Como você pode ser dono do corpo e estar dentro dele ao mesmo tempo? Se você estivesse dentro do corpo, ele é quem seria o seu dono.
- Então eu estou fora do corpo?
- Sim, é óbvio, não é?
- Não era até esse exato momento.
- Esqueça-se do que não era e concentre-se no agora.
- Sim.
- Você sabe que não é o João, nem esse corpo e nem essa mente. Logo, não pode ser essa personalidade que lhe foi ensinada com o tempo, porque essa personalidade é da mente. Se ninguém tivesse ensinado a ela todas essas definições, você deixaria de ser?
- Não.
- Pois é, então agora me diga quem é você.
- Eu sou aquele que possui um nome, um corpo e uma mente.
- Aquele? Aquele o quê?
- Aquele que pode ver que eu tenho isso tudo.
- Aquilo que vê. Hum... Um observador?
- Isso, eu sou o observador.
- Portanto, as coisas que acontecem na sua vida não podem ser sentidas por você?
- É claro que podem! Eu me entristeço, me alegro, sinto fome, sinto frio...
- Ou seja, você acha que o seu corpo não serve para nada? Porque não é ele que te avisa quando está com fome, frio, triste, feliz...
- Não, quero dizer... Sim! É ele quem me avisa.
- Então é ele quem sente e não você.
- ... é...
- Me diga agora quem é que está triste.
- Qualquer coisa, menos eu.
Ma Prem Padmini
5 comentários:
tu me disse isso uma vez! :D
FODA amor! amei demais...
Por pouco pensei que não voltaria ao mundo blog. Que bom! Voltou. A propósito, meu nome é João, penso como tal e sou as vezes o mesmo rapaz do nome (ou a mesma coisa de um nome, ou a inexistência dele). Beijos
Quem sou eu??
Belíssimo texto!
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